Sunday, May 11, 2008


Felipe Massa vence corrida e mantém domínio no GP da Turquia
Lewis Hamilton pressiona e ganha segundo lugar na excelente estratégia de três pit stops articulada pela McLaren
Felipe Massa fez uma ótima corrida e venceu o GP da Turquia, disputado neste domingo, em Istambul. Com isso, o brasileiro da Ferrari chegou à sua terceira vitória em quatro corridas neste circuito e assumiu a vice-liderança do Mundial de Pilotos, apenas sete pontos atrás de Kimi Raikkonen, terceiro colocado na prova.
Lewis Hamilton teve um desempenho excelente e andou no limite durante toda a corrida. O piloto da McLaren fez três paradas nos boxes, uma a mais do que os dois pilotos da Ferrari. Com isso, ele assgurou a segunda posição, mesmo com a forte pressão de Raikkonen nas voltas finais. Robert Kubica, da BMW Sauber, chegou na quarta posição, uma à frente de Nick Heidfeld, seu companheiro de equipe.
Fernando Alonso, da Renault, fez uma boa corrida após o abandono no GP da Espanha e chegou em sexto na Turquia. Mark Webber, da RBR, foi o sétimo e Nico Rosberg, da Williams, completou os pilotos que chegaram na zona de pontuação.
Big brother urbano
Mercado de câmeras de segurança cresce a uma taxa de 13% ao ano. Por mês, são vendidas e espalhadas pelo país cerca de 11,5 mil unidades. Conflito entre maior segurança e menor privacidade preocupa Co
Rio de Janeiro — 8 de abril. Imagens do circuito interno de um supermercado em Guarulhos, na Grande São Paulo, mostram Alexandre Nardoni, Anna Carolina Jabotá, os dois filhos do casal e a pequena Isabella saindo do local horas antes de a menina ser encontrada morta no jardim de casa, depois de ser jogada do 6º andar. A imagem foi usada no processo. Namorados que freqüentam o Parque Birigui, em Curitiba, tiveram que descobrir outro ponto para paquerar. Um sistema de monitoramento passou a vigiar a área com câmeras que fazem movimentos giratórios e captam imagens até à noite. 18 de abril, Belo Horizonte. Ladrão assalta uma lan house e leva os míseros R$ 10 do caixa. Tudo registrado pela câmera do circuito interno de TV.
16 de março. Pedágio na entrada de Arapongas, no oeste do Paraná. Um policial rodoviário se nega a pagar e fura a fila. A câmera flagra tudo e ele acaba punido. 14 de maio de 2007. Imagens da câmera de segurança do prédio onde morava mostram a jovem Isabela Tainara, 14 anos, saindo de casa apenas com os livros e cadernos que usaria na aula de inglês imadiatamente antes de ser seqüestrada e morta — as cenas serviriam para ajudar a polícia a descartar a possibilidade de que a menina tivesse simplesmente fugido de casa. 17 de julho de 2007. Câmeras de segurança do aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, mostram o piloto de um avião da TAM — que transportava 186 pessoas — tentando arremeter antes de bater contra o galpão da TAM Express e se incendiar na pista principal do terminal. Um flagrante terrível do maior acidente da aviação brasileira.
O medo da violência e as facilidades tecnológicas provocaram um boom na chamada vigilância eletrônica, que serve para proteger comerciantes, vigiar as ruas e até ajudar na solução de crimes. A sensação que se tem é a de que, qualquer que seja o lugar, estamos sendo observados. Não é à toa. A cada mês são vendidas cerca de 11,5 mil câmeras de monitoramento no país, segundo cálculos das empresas de segurança eletrônica. Estima-se que, hoje, 750 mil olhos eletrônicos vigiem os brasileiros, com lentes zoom que ampliam uma imagem até 400 vezes.
O problema é que falta regulamentação ao setor, deixando o big brother urbano nacional ao gosto do freguês. Na época do “Sorria, você está sendo filmado”, esteja você no trabalho, num shopping ou parado na esquina, qualquer gesto, uma intimidade com o parceiro ou uma brincadeira com o filho podem estar sendo vigiados — e gravados em tempo real — por olhares não autorizados. De olho nesse vácuo, o Congresso começou a discutir até onde o direito à proteção da propriedade esbarra no principio da privacidade.
Crescimento veloz
Pública ou privada, a segurança eletrônica funciona sem regras, de acordo com os limites definidos pelos donos dos equipamentos e por sua finalidade. Existem atualmente 450 mil imóveis monitorados por sistemas eletrônicos de alarmes no país. E o número não pára de crescer. Nos últimos nove anos, esse mercado vem crescendo com taxas médias de 13% ao ano —15%, no ano passado. Governos também apostam nos espiões urbanos para diminuir a criminalidade. Em São Paulo, o poder público aposta no flagrante do olhar eletrônico para combater a criminalidade. Só no ano passado, as ocorrências diminuíram 17% no Centro.
Em Belo Horizonte, o Projeto Olho Vivo, parceria da Câmara de Dirigentes Lojistas com o governo do estado e a prefeitura, espalhou câmeras pela cidade, experiência que já está sendo copiada por municípios do interior. Nos três primeiros anos de existência, o Olho Vivo foi responsável pela redução de 40% da criminalidade em BH. No Rio, um projeto de monitoramento por câmeras foi iniciado em Copacabana, em 2003, com aparelhos espalhados pelo bairro e algumas unidades móveis que ficam na área da orla. O sistema está ligado a um moderno programa de identificação de placas de carros e futuramente poderá dar todos os dados de uma pessoa quando esta estiver sendo filmada. Já são 220 câmeras em toda a cidade.
Para suprir a falta de policiais, Maceió quer instalar câmeras ao longo da orla, o que já gera protestos de quem gosta de passear sozinho pelo calçadão. Em Salvador, os 110 equipamentos utilizados no carnaval permanecerão em alguns trechos dos percursos e o restante será removido para os bairros com maior incidência da violência. Curitiba decidiu combater com 20 câmeras o tráfico de drogas na região batizada de “Cracolândia”, no Centro, onde é freqüente a venda e consumo de crack.
Embora os projetos ainda estejam sendo discutidos, ninguém tem mais dúvidas de que é preciso organizar a bisbilhotice, inclusive a oficial, para que não terminemos como no livro 1984, do escritor inglês George Orwell (1903-1950), criador do mito do Big Brother. O livro, de 1949, sugere que a privacidade e a dignidade humana possam ser completamente destruídas pela vigilância eletrônica permanente. Quem viver, verá.
Em expansão
O mercado brasileiro de segurança eletrônica em números:
8 mil empresas de sistemas eletrônicos de segurança
450 mil imóveis monitorados por sistemas eletrônicos de alarmes no país
400% percentual de crescimento do número de câmeras instaladas no país de 2000 para cá . Us$ 1,2 bilhão faturamento do setor em 2007 — crescimento de 15% em comparação ao ano anterior
Um setor sem regras
“A questão central é: o coletivo deve prevalecer sobre o individual? Hoje não existem regras que impeçam que câmeras de vigilância sejam usadas indevidamente e suas imagens cedidas ou até comercializadas”, aponta uma mulher que entende de circuitos fechados de TV e sistemas de controle de acesso, Selma Migliori, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese), entidade representativa de um setor que movimentou no ano passado US$ 1,2 bilhão (pouco menos de R$ 2 bilhões).
Diversos projetos estabelecem pela primeira vez regras para empresas prestadoras e contratantes dos serviços de segurança privada e regulamentam o setor de vigilância eletrônica. O mais avançado é o projeto de lei do deputado Michel Temer (PMDB-SP), que tramita em caráter conclusivo na Câmara, atualmente na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O projeto diferencia, de um lado, as tradicionais empresas de vigilância de bancos e transporte de valores e, de outro, as empresas de monitoramento eletrônico. Elas seriam autorizadas e fiscalizadas pelo Ministério da Justiça ou pelas secretarias estaduais de Segurança Pública. Depois que for aprovado, o projeto ainda terá que ser regulamentado.
“Mundo seguro é um mundo com menos privacidade. É um paradoxo do próprio direito. Quanto mais você protege a coletividade, menores as liberdades individuais”, admite a advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista em direito eletrônico. Sem regras, existem câmeras para todos os gostos, de sistemas de controle de tráfego em vias públicas e rodovias até o monitoramento em locais de elevada concentração de público. E nada disso existia quando a Lei 7.102, de 1983, que regulamenta o setor, foi feita. Na época, segurança privada se resumia ao trabalho das empresas de transporte de valores e outros serviços de segurança armada. Talvez seja preciso regulamentar também, acreditam empresários do setor, o uso indiscriminado de câmeras camufladas — as microcâmeras e câmeras ocultas usadas até em matérias jornalísticas. Nada disso hoje tem amparo legal.
Correio Braziliense INFRA-ESTRUTURA
Energia extra vai para o Uruguai
Os 300 megawatts/médios (MW/médios) de energia que o Brasil começa a exportar hoje para a Argentina serão repassados ao Uruguai, que está em situação mais crítica. O pedido foi feito pelos argentinos e recebeu sinal verde do governo brasileiro. Atualmente, o Brasil vende somente 72 MW/médios de energia para o Uruguai, que é a capacidade máxima da linha de transmissão que interliga os dois países.
A quantidade de energia que será exportada para a Argentina — produzida por usinas termelétricas movidas a óleo diesel e combustível — poderá chegar a 800 MW/médios já no fim da próxima semana, conforme anunciou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) deverá se reunir nos próximos dias para fazer uma nova avaliação da situação de abastecimento brasileira e poderá aumentar o teto para o máximo possível de 1.500 MW/médios.
A exportação de energia será possível porque na última segunda-feira foram desligadas definitivamente as termelétricas movidas a óleo combustível e a óleo diesel, que estavam em funcionamento no Brasil desde dezembro do ano passado, e geravam entre 2.200 e 2.500 megawatts médios (MW/médios). Ainda estão em funcionamento as térmicas movidas a carvão e a gás natural, com capacidade de 3.600 MW/médios. Todas foram acionadas no início do ano, quando os reservatórios das hidrelétricas chegaram a nível crítico.
Correio Braziliense AUDITORES
Mais 20 dias para liberar cargas retidas
Luciano Pires
Com a suspensão da greve dos auditores-fiscais da Receita Federal a situação em alguns portos brasileiros começou a se normalizar ontem. Apesar do sindicato da categoria ter acertado o retorno oficial só a partir de segunda-feira, uma parte dos servidores retomou suas atividades de imediato. A previsão é que em duas semanas os gargalos criados pela paralisação de mais de 50 dias desapareçam.
No Porto de Santos, o maior do país, mercadorias que estavam acumuladas desde março entraram em ritmo mais acelerado de liberação. Ronaldo Forte, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Santos, disse que em 20 dias tudo estará resolvido. “A paralisação já estava perdendo forças nas últimas semanas”, afirma. O desafio agora, completou, é eleger prioridades. “Todo mundo tem carga para liberar, tem de ser para ontem, é urgente. Aqui em Santos estamos como em uma fazenda: a porteira fechou e agora a boiada quer sair toda de uma vez”, brinca.
Em Itajaí (SC) também houve estrangulamento no fluxo de entrada e saída de produtos. Superlotado, o porto bateu recorde de ocupação média diária nos terminais. Portos-secos, localizados na fronteira do Brasil com vizinhos da América do Sul, devem aliviar as filas de caminhoneiros em 10 dias. Transportadoras rodoviárias, atacadistas e o varejo reclamam de prejuízos.
Os auditores que atuam em Foz do Iguaçu (PR) voltaram à rotina depois de aderirem em massa à paralisação. O sindicato local informou que acompanhará de perto as negociações entre o governo federal e o comando de greve até 1º de junho. Caso não haja acordo nos pontos que restam da pauta de reivindicações, os trabalhadores prometem voltar a cruzar os braços. Ontem, 750 caminhões estavam estacionados na Estação Aduaneira do Interior (Eadi), em Foz. Quase 600 aguardavam para entrar no terminal.
Pela proposta do Ministério do Planejamento, os auditores terão, até 2010, reajuste de 40% nos salários inicial e final. O governo concordou ainda em retirar do acordo os itens que modificavam o sistema de avaliação de desempenho para promoção e progressão na carreira. Os auditores tentam agora convencer a Secretaria de Recursos Humanos (SRH) a não descontar os dias parados. O ministro Paulo Bernardo disse, no entanto, que a punição está mantida.
Correio Braziliense PAINEL
Black-tie beneficente
No Rio de Janeiro para a cerimônia de comemoração da vitória na Segunda Guerra Mundial com a presença do vice-presidente, José Alencar, do governador, Sérgio Cabral, e do ministro da Defesa, Nelson Jobim (foto), Mariza Campos Gomes da Silva aproveitou para convidar o governador e a mulher, Adriana Ancelmo Cabral, para participar da festa black-tie no Palácio Itamaraty no dia 30, pelos 200 anos da chegada da família real ao Brasil. A coordenadora-geral da festa, Maria Inês Nogueira, recebeu ligação de Mariza, ainda no Monumento aos Pracinhas, depois da cerimônia. Ouviu a voz do governador confirmando a presença na festa, cuja renda será revertida para a construção do Hospital do Câncer Infantil e de Especialidades Pediátricas, que tem na mulher do vice-presidente a grande madrinha e lutadora pela concretização do projeto que há 30 anos faz parte do sonho de médicos e da população de Brasília e do Brasil Central.
Folha de São Paulo Polícia investiga venda de CDs com fotos de vítimas de naufrágio no AM
RENATA BAPTISTA
A Polícia Civil de Manacapuru (84 km a oeste de Manaus) apreendeu cerca de 200 CDs com fotos dos corpos das vítimas do naufrágio do barco Comandante Sales, ocorrido no último domingo.
Além dos CDs, a polícia também apreendeu gravadores, filmadoras e computadores, que estão sendo submetidos a perícia. Ninguém foi detido.
De acordo com o delegado Antônio Rodrigues, se a denúncia for confirmada, o responsável poderá ser preso por vilipêndio a cadáver (tratar cadáver de forma desrespeitosa). A pena prevista no Código Penal para o crime varia de um a três anos de detenção, e multa.
"As famílias das vítimas também podem processar civilmente quem fez e vendeu o CD", disse Rodrigues. De acordo com denúncias feitas à polícia, os CDs estavam sendo vendidos por valores entre R$ 20 e R$ 25.
Buscas
As buscas pelos corpos das vítimas do naufrágio, feitas nos rios Solimões e Amazonas, foram encerradas hoje, no final da tarde.
O comandante do Corpo de Bombeiros do Amazonas, Antônio Dias dos Santos, disse que está sendo feito um trabalho de orientação com a população ribeirinha e pescadores para que informem eventuais ocorrências a uma das três bases que ficarão de plantão nos rios.
Ao todo, 46 corpos de vítimas do naufrágio foram localizados até hoje. A estimativa é que ainda haja de 10 a 15 desaparecidos. "A cada hora que passa é mais remota a possibilidade de encontrarmos algum corpo, por isso vamos retirar as equipes da água", disse Santos.
A embarcação de madeira não era registrada na Capitania dos Portos e tinha capacidade para 50 pessoas. Sobreviventes disseram à polícia que havia até 150 passageiros no barco. O dono da embarcação morreu na tragédia.
Folha de São Paulo Países da América do Sul se reúnem para definir estratégia na Antártida
O Brasil e mais seis países sul-americanos que desenvolvem estudos no continente antártico vão se reunir na próxima semana para definir estratégias de pesquisas na Antártida.
No encontro, que acontece nos dias 12 e 13 de maio no Rio de Janeiro, representantes de Brasil, Argentina, Chile, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela vão desenvolver uma oficina de trabalho a fim de estimular a interação entre os cientistas dos sete países.
Segundo o ministério da Ciência e Tecnologia, que organiza o encontro, o evento terá a participação de 50 pessoas ligadas às áreas científica, de logística e financiamento. Os grupos de cada área vão discutir a situação atual dos países. A intenção é elaborar um documento final, de onde poderá sair uma estratégia para otimizar a integração.
A base de pesquisas brasileira no continente antártico é a Estação Antártica Comandante Ferraz, administrada pela Marinha do Brasil.
Construída na década de 80, a estação realiza pesquisas de monitoramento ambiental e atmosférico, além de estudos sobre a repercussão das mudanças que vêm ocorrendo no continente.
Jornal de Brasília Ministra diz que não se pode governar Amazônia só com ações de comando e controle
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje (9) que as tensões e os conflitos ocorridos na Amazônia não podem ser resolvidos apenas por meio de ações das Polícias Federal, Militar e Ambiental e pelo controle do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“O que está acontecendo na Amazônia é um processo de retirada da ilegalidade com a firme decisão de que não se vai retroceder em relação às medidas. Mas não temos como governar 23 milhões de seres humanos [que vivem na região] apenas com ações de comando e controle”, avaliou.
Em entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília, a ministra afimrou que o “esforço” dos Ministérios do Meio Ambiente e da Justiça já levou à cadeia 665 pessoas acusadas de praticar atividades ilegais na Amazônia, além de desmontar 1,5 mil empresas e inibir 66 mil propriedades envolvidas com grilagem na região. “Isso gera um tensionamento muito forte”, acrescentou.
Marina Silva destacou também a importância de medidas como o Plano de Combate ao Desmatamento – uma das ações previstas no Plano Amazônia Sustentável (PAS), lançado ontem (8) pelo governo federal – ,que prevê o combate às políticas ilegais e o apoio às práticas produtivas sustentáveis.
Em relação ao papel atribuído à Amazônia diante das mudanças climáticas, a ministra lembrou que 50% da chuva na região é produzida pela própria floresta, “que presta um serviço ambiental de equilíbrio ao país e ao mundo”.
Ao avaliar a pecuária praticada na Amazônia, a ministra avaliou como "antiprodutiva" a criação de gado extensiva (por hectare), sobretudo se comparada ao sistema de sustentabilidade proposto pelo Plano Amazônia Sustentável. “As medidas estão sendo tomadas exatamente para que se tenha uma inversão da lógica anterior.”
Jornal do Brasil Esforço para salvar museu
Registros da Segunda Guerra podem ser perdidos
Felipe Sáles
As batalhas sem fim que ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) travam por sua história ganhou ontem novo fôlego, mas os tambores da guerra ainda estão longe de cessarem. Depois de quase fecharem ontem portas do Museu da FEB, que guarda registros da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o Exército brasileiro recrutou oito militares para atuarem na administração do museu e, até o fim deste mês, decidirá se vai haver ou não ajuda financeira.
Foram mais de três horas de reunião entre a cúpula do Exército e o presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB (Anvfeb), coronel Hélio Mendes, de 83 anos – o mais jovem veterano. Os ex-combatentes fechariam as portas hoje devido às dificuldades financeiras.
Mensalidade de apenas R$ 20
A Anvfeb, que já contou com 14 mil sócios, mantém o museu com o apoio de cerca de 700 sócios, viúvas e familiares de veteranos mortos. Apenas em torno de 500, porém, contribuem com a mensalidade de R$ 20 para manter o museu, o mausoléu e catacumbas nos cemitérios do Caju e São João Baptista, além da assistência jurídica aos veteranos e familiares.
– Não vamos aceitar desmembramentos da nossa casa – afirma Mendes. – Ou mantém tudo como está ou as portas serão fechadas.
O coronel estipula em R$ 25 mil mensais a verba necessária. Além do próprio Exército, Mendes conta que já pediu ajuda "a Deus e o mundo" para não ter de fechar as portas. Governo federal, estadual e municipal, além do próprio Exército, já prometeram ajudar os veteranos. Uma das últimas respostas veio da Firjan, que argumentou restrições orçamentárias.
Entre as relíquias históricas guardadas na sede estão uma bandeira e uniforme de um soldado nazista – com o detalhe de uma caveira no chapéu – e o uniforme do Marechal Mascarenhas de Moraes usado na Segunda Guerra. Apesar do marechal nunca ter levado um tiro, sua roupa já possui 63 furos, corroída por traças ao longo de anos de abandono da história.
Jornal do Brasil Colômbia e Equador buscam aproximação
Os vice-chanceleres do Equador e da Colômbia se encontram em Lima em busca de uma reaproximação diplomática. Iniciativa da OEA, o encontro visa a restabelecer as relações diplomáticas rompidas depois da ação militar da Colômbia contra um acampamento da guerrilha Farc em território equatoriano, qualificado pela comunidade internacional como um ato de violação da soberania do Equador. O dirigente rebelde Raúl Reyes foi morto na operação.
O Estado de São Paulo Medvedev alerta contra 'ambições irresponsáveis'
Novo líder russo faz crítica velada aos EUA durante desfile militar
Ap e The Washington Post
Numa clara demonstração de força, a Rússia fez ontem seu primeiro grande desfile militar desde 1990, com direito à participação de tanques e mísseis. Na primeira cerimônia como presidente russo, Dmitri Medvedev fez um alerta ontem sobre “ambições irresponsáveis” de alguns países, numa aparente crítica aos EUA. Desde o começo de 2007, quando Washington anunciou planos para instalar um escudo antimíssil na Europa, as relações entre os dois países se deterioraram.
No desfile de ontem, para celebrar a vitória dos aliados na 2ª Guerra, 8.000 soldados marcharam pela Praça Vermelha, ao lado de centenas de veículos militares.
Segundo Medvedev, as Forças Armadas russas estão reconquistando “sua força e poder”. Ao lado de seu antecessor e atual premiê, Vladimir Putin - que no desfile do ano passado comparou os EUA à Alemanha nazista -, Medvedev fez um duro discurso. “Não devemos permitir o desrespeito às leis internacionais”, afirmou o presidente russo, criticando ainda “intenções de ingerência e, especialmente, a de redesenhar fronteiras”. O apoio dos EUA em fevereiro à independência de Kosovo da Sérvia - aliada de Moscou - irritou a Rússia.
Medvedev alertou ainda sobre o perigo de um conflito armado. “A história nos mostra que os conflitos armados não começam sozinhos. Eles são criados por ambições irresponsáveis que atropelam os interesses dos países e continentes inteiros, os interesses de milhões de pessoas.”
A reconstrução do poderio do Exército russo, que entrou em colapso após o fim da União Soviética, em 1991, foi uma das prioridades do governo de Putin, que aumentou em oito vezes o orçamento anual das Forças Armadas (hoje cerca de US$ 40 bilhões). Nos últimos meses, a Rússia retomou as patrulhas aéreas na região, além de ameaçar apontar mísseis para a Ucrânia.
A demonstração de força, porém, parece não ter impressionado alguns países. “Se eles querem pegar aqueles equipamentos velhos e levá-los para dar uma volta, que fiquem à vontade”, disse na segunda-feira, o assessor de imprensa do Pentágono, Geoff Morrell.
O Estado de São Paulo Tenente da PM vai para força da ONU em Kosovo
Pela primeira vez, policial paulista reforçará comando internacional
Camilla Rigi
Há 15 anos, a tenente Denise Pereira Pinto, da Polícia Militar de São Paulo, acompanha pelo noticiário e admira o trabalho das missões da Organização das Nações Unidas (ONU) em países com conflitos internos. Hoje, aos 40 anos, ela prepara as malas para deixar a capital paulista e tomar parte em uma das missões de paz da ONU, em Kosovo. “É uma felicidade muito grande. E uma forma de ajudar outras pessoas”, afirma.
A tenente Denise é a primeira mulher da Polícia Militar de São Paulo a integrar uma força de paz. Amanhã, ela e outros 19 policias brasileiros embarcam para Kosovo. Ontem, o dia foi de homenagens no 34º Batalhão da PM, no centro de São Paulo, e despedidas dos colegas e da família. “Agora temos a internet e dá para manter o contato com todos e tranqüilizar a família.” Denise confessou que a sua mãe, Maria Neuza Castelli Pereira Pinto, de 66 anos, ficou um pouco preocupada quando soube da viagem, mas depois a apoiou. “O nosso dia-a-dia aqui também não é muito fácil”, considera.
A preparação para conseguir uma vaga no grupo seleto começou em 2001. “A primeira vez que tentei não passei, mas insisti”, conta. O teste de seleção foi realizado sob a coordenação e responsabilidade do Exército Brasileiro em julho de 2007, no Recife. Denise passou por provas de domínio do idioma inglês, uma avaliação psicológica, testes de habilidade para dirigir veículos 4x4 e uma prova de tiro. A boa notícia com a aprovação chegou em fevereiro deste ano.
Quando fez os testes, a tenente não sabia para onde poderia ir. Eram quatro destinos possíveis - Kosovo, Haiti, Sudão e Timor Leste. Desde que soube que seria designada para Kosovo, uma nova fase do processo começou: a busca por informações sobre os conflitos no território, costumes e clima. “Conversei muito com um policial do Rio que estava lá. Eu estava com medo do frio, mas, como vou chegar na primavera, acho que não terei muito problema.” Denise ficará um ano fora do País.
A tenente ingressou na Polícia Militar em 1987, como soldado feminino. Em 1993 entrou para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco e dois anos depois saiu como Aspirante Oficial. “Quero colocar em prática lá tudo o que aprendi na polícia aqui”, diz.
Desde 1940, a ONU envia forças de paz para zonas de conflitos, mas somente na década de 1960 começaram a ser enviadas também forças policiais. Esses profissionais fazem serviços de preservação e manutenção da ordem pública. Além disso, os oficiais auxiliam no transporte de presos, na assistência às mulheres vítimas de violência, no recadastramento de famílias e refugiados e na escolta de autoridades.
O Globo Nobre liderança
As fontes renováveis já correspondem a 46,4% da matriz energética brasileira, enquanto no mundo essa média não passa de 12%. Considerando-se apenas os países ricos, a participação das fontes renováveis cai para 8% na matriz energética. Esse quadro se deve principalmente ao aproveitamento da energia das hidrelétricas e à cadeia produtiva do etanol, que, no ano passado, passou a representar 16% da matriz, ficando atrás apenas do petróleo e seus derivados (36,7%). Embora a lenha e o carvão vegetal também estejam entre as fontes renováveis, o Brasil vem dando uma contribuição expressiva no uso de energia limpa.
Com os ganhos de produtividade do setor e o aproveitamento da biomassa para geração de energia elétrica (estima-se que o potencial seja equivalente à capacidade de uma Itaipu), a contribuição do setor sucroalcooleiro crescerá ainda mais, de modo que, provavelmente no início da próxima década, as fontes renováveis podem vir a responder por mais de 50% da matriz energética brasileira. Isto significará mais empregos, renda, recolhimento de impostos no campo, e, principalmente, menos impacto ambiental.
Não deixa de ser uma lição para o mundo que o consumo de etanol no Brasil já supere o da gasolina, combustível derivado do petróleo. E, graças ao álcool, o consumidor brasileiro não sentiu no bolso todo o forte impacto da alta das cotações do petróleo no mercado internacional.
Não está longe o dia em que outros mercados consumidores vão se incorporar ao uso do etanol brasileiro, originário da cana-de-açúcar.
O Globo Chefe de Polícia critica ONGs de direitos humanos
Para delegado Gilberto Ribeiro, entidades são parciais e não investigam se houve realmente violência policial
Jorge Antonio Barros e Vera Araújo
O chefe de Polícia Civil, delegado Gilberto Ribeiro, fez duras críticas às entidades de defesa dos direitos humanos, acusando-as de serem parciais. Segundo ele, essas organizações não verificam se houve realmente violação dos direitos. Gilberto disse que nunca foi procurado por elas para discutir o assunto fora dos momentos de crise, quando há mortos em confrontos nas operações policiais. A ONG Justiça Global contradisse o delegado, alegando nunca ter sido recebida por ele.
- Elas não se colocam de forma isenta. Há apenas a necessidade de fazer um discursos dizendo que a polícia violou os direitos humanos. Não há um cuidado para saber se de fato houve violação. Fala-se muito em direitos humanos dos criminosos e se esquece dos direitos humanos da população e, especialmente, dos policiais, que são caçados e executados com muita freqüência. Não se vê uma única manifestação de apoio às famílias desses policiais que morrem em defesa da sociedade - criticou o delegado.
Ribeiro disse que a polícia está de portas abertas para discutir o tema. Em junho de 2007, quando confrontos no Complexo do Alemão terminaram com a morte de 19 pessoas apontadas por policiais como bandidos, um integrante da ONU procurou a Chefia de Polícia exigindo explicações. Segundo Ribeiro, o representante questionou a conduta da polícia.
Justiça Global diz que nunca foi chamada pela polícia
Ao ser perguntado sobre o aumento no número de autos de resistência, Ribeiro alegou que, ao longo dos anos, não houve uma política de enfrentamento como a atual:
- Se você realiza mais operações, é evidente que o número de confrontos cresce e aumentam os autos de resistência. Em nenhum lugar do mundo existe esta geografia daqui. O estado tem o dever de entrar em todas as áreas para dar segurança à população. Se os criminosos nos rechaçam, isso nos obriga a agir. Ao longo destes anos, percebemos que, quando não há enfrentamento, não há baixas.
A diretora executiva da ONG Justiça Global, que trabalha com proteção e promoção dos direitos humanos, Sandra Carvalho, afirmou que sua entidade nunca foi chamada pelo governo para discutir o assunto, embora sempre tenha procurado o diálogo:
- Estamos cansados de ouvir esse discurso por parte da polícia. O governador, enquanto candidato, disse que respeitaria os direitos humanos, que era contra os caveirões e que segurança não se fazia com matança. A Justiça Global nunca foi recebida por ele ou por representantes da segurança.
Para a diretora, o fato de a ONG denunciar as violações dos direitos humanos, principalmente nas comunidades pobres, tem incomodado as autoridades da área de segurança.
- Estão tentando tirar a nossa legitimidade. É fato: houve aumento no número de autos de resistência e diminuição das prisões e da apreensão de armas. É uma segurança pública baseada numa política de extermínio. A gente se preocupa com os policiais, sim. Por isso, estamos preocupados com o planejamento inteligente das operações, sem matança indiscriminada.
O Globo Nostalgia soviética em Moscou
Blindados e mísseis participam de desfile pela 1ª vez desde o fim da URSS
Vivian Oswald
MOSCOU. Pela primeira vez após o colapso da URSS em 1991, blindados e mísseis cruzaram a Praça Vermelha para comemorar a vitória sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Este ano, a tradicional parada militar do Dia da Vitória teve proporções nunca vistas na Rússia pós-soviética. A grandiosidade foi proporcional à imagem que o ex-presidente Vladimir Putin e seu sucessor, Dmitri Medvedev, querem passar do país para o resto do mundo.
No início da madrugada, 111 tanques de guerra e caminhões com armamento - como o novo míssil balístico intercontinental Topol-M - se posicionaram na principal avenida da cidade. Seguindo a tradição soviética, o desfile pôde ser assistido in loco apenas por convidados especiais e foi transmitido ao vivo pela TV. Mais de 30 aviões militares e helicópteros sobrevoaram a capital russa.
Este tipo de demonstração de força era comum no período da Guerra Fria, quando a intenção era desafiar o Ocidente e mostrar o poderio bélico da URSS. Para analistas, o desfile de ontem teve um significado a mais. Se, no seu discurso de posse Medvedev tentou dar um recado mais liberal, a parada militar seria a outra face da mesma moeda: a Rússia querendo se afirmar no novo contexto global.
Num tom nacionalista, Medvedev disse que é preciso fazer tudo para evitar que as tragédias do passado se repitam.
- É preciso um enfoque sério em relação a qualquer tentativa de semear disputas raciais ou religiosas, fomentar a ideologia do terrorismo e do extremismo, e interferir em questões de outros Estados, sem falar nas tentativas de revisar fronteiras - afirmou ele, ao lado de Putin.

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